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BARBOSA FERRAZ: Programa busca retomada da produção de algodão na região




Walter Pereira/ Tribuna do Interior

Uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Algodão (IBA), Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar), e Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), está conseguindo bons resultados no cultivo do algodão apostando na tecnologia. O dono de uma propriedade rural na comunidade de Paraíso do Sul, pertencente ao município de Barbosa Ferraz, está participando de um projeto experimental para retomar a produção na região.

O município de Goioerê, na Comcam, já foi considerado o maior produtor nacional de algodão na década de 70. O bom rendimento na época atraiu tanto agricultor que fez o Paraná atingir 404 mil hectares de área plantada. Mas também foi a dificuldade de manter a atividade rentável que veio a queda nos anos 90.

O algodão de hoje está mais moderno, sendo ajustado com a tecnologia mecanizada. A ideia é que a cultura seja uma alternativa ao produtor, principalmente na safrinha. A cultura pode ser uma boa opção em termos de lucratividade, rotação de cultura, e diminuição de pragas. Esta é a intenção”, comentou o produtor rural de Paraíso do Sul, Antonio José de Mattos, que participa do projeto. Ele reservou 10 hectares de sua propriedade para a cultura.

A fazenda de Mattos foi uma das 13 propriedades do Paraná escolhidas para receber uma lavoura de algodão. “Por enquanto é experimental, mas a ideia do projeto é introduzir para valer essa cultura no Estado”, falou. Segundo ele, o algodão está sendo implantado com tecnologia mais avançada para ter mais competividade com outras culturas.

E a competividade é um dos pontos fortes desta aposta. Na fazenda modelo de Mattos, segundo ele, a expectativa é que a rentabilidade seja praticamente o dobro em relação à soja. Para se ter ideia, o algodão pluma está sendo contado em média no mercado entre R$ 95,00 a R$ 98,00 a arroba (15 quilos) e com caroço entre R$ 40,00 a R$ 42,00 a arroba. Já a Saca de 60 quilos de soja está em média R$ 76,50.

Mattos estima que a colheita atinja entre 550 a 600 arrobas o hectare. Este é o primeiro ano que ele planta a cultura. “Com as tecnologias a cultura do algodão mudou muito, hoje a colheita já é mecânica e praticamente toda mão de obra é com máquinas”, observou.

Segundo o agricultor, uma das principais dificuldades hoje para manter o cultivo é assistência técnica na região e a falta de uma unidade de recebimento da produção. Ele disse que a produção do Estado é transportada para o município de Martinópolis, em São Paulo para beneficiamento. No caso de técnicos para dar assistência à sua propriedade, eles vêm de Londrina, distante 154 quilômetros do município.

O produtor está tão animado com a cultura, que no próximo ano já tem planos de expandir a área para 20 hectares. “Plantei três variedades e o desenvolvimento está excelente com potencial de alta produtividade”, ressaltou. A colheita será no próximo mês.

Maior do Brasil

O Paraná já foi o maior produtor de algodão do Brasil até o início de década de 1990, o Estado do Paraná teve sua área plantada drasticamente reduzida, até quase o desaparecimento da cultura, como consequência de uma série de fatores, como baixos preços, surgimento do bicudo e outras pragas e doenças. Pelo projeto da Acopar, iniciado em janeiro do ano passado, a viabilidade da cultura no Estado está sendo estudada com o plantio safrinha em rotação com a soja e o trigo. A retomada do plantio poderá atender o parque têxtil paranaense, que demanda cerca de 60 mil toneladas de pluma por ano, a maioria adquirida do cerrado do Brasil.

De acordo com estudo da Acopar, existem ao menos 10 fiações e sete tecelagens operando no Estado, sendo que três delas são vinculadas à Cooperativa Integrada e à Coagel/Coamo. “Para suprir esse consumo o Paraná precisaria plantar pelo menos 50 mil hectares de algodão”, analisa Almir Montecelli. Também existem inúmeras algodoeiras desativadas no Estado que poderiam atender os produtores, sendo necessária a aquisição de colheitadeira de algodão para prestar serviços aos produtores de forma organizada, evitando-se a colheita manual.


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