Durante audiência pública
realizada em Jardim Alegre, comunidade autorizou estudos para a
construção da primeira PCH - Pequena Central Hidrelétrica no Rio Ivaí
A audiência começou com uma fala da promotora de justiça de Campo
Mourão, a Dra Rosana Araújo de Sá Ribeiro, responsável pela Bacia
Hidrográfica do Rio Ivaí, que fez questão de participar e exibiu um
vídeo revelando as belezas do Rio e alguns problemas existentes, a
necessidade de preservação do meio ambiente e a postura do Ministério
Público que vê com preocupação estes empreendimentos. Também
participaram os pescadores do Porto Ubá, Colônia Z-17, sede em
Lidianópolis, autoridades políticas, estudantes, algumas pessoas de
Ivaiporã, deputado estadual Tercilio Turini, Maurílio Viana, do IAP de
Ivaiporã e prefeitos José Roberto Furlan e Antônio Santiago (Jardim
Alegre e Grandes Rios), além da comunidade local que era a maioria.
A
explanação mais extensa, foi feita por Vilson Costa, representando os
investidores da PCH Coqueiro (Pequena Central Hidrelétrica). Ele fez um
relato expondo toda situação energética do Brasil, e dizendo que apesar
do Paraná ser autossuficiente, o País precisa de energia, e quando mais
reserva e capacidade de produção existir, mais barato fica para o
consumidor. Afirmou ainda que a barragem em debate, tem previsão de
investimentos de 180 milhões, com potência de 28,1 megawats dia e área
de reservatório de 259 hectares, sendo 182 do próprio leito do rio, e 77
hectares fora do leito, inundando propriedades rurais, inundação esta
que pode ser reduzida para 50 hectares.
Afirmou ainda que apenas duas
famílias precisarão ser deslocadas, porque nas demais áreas não há
residências. Um dos investidores, Neimar Brusamarello, disse que o
negócio e rentável para os donos, mas que os municípios também vão
lucrar com ICMS, geração de empregos e outros benefícios econômicos. Ao
longo da audiência, várias pessoas pediram a palavra, a maioria para se
posicionar contra o empreendimento, dizendo que ele provoca um impacto
ambiental irreparável, que a geração de empregos é ilusória, pois grande
parte da mão de obra vem de fora, além da falsa informação que os
municípios vão lucrar, questões todas rebatidas pelos responsáveis pela
PCH, que reforçaram em vários momentos, que a autorização é apenas para
pesquisar a viabilidade, e que outros audiências serão promovidas, ao
longo do projeto.
Ao final, os moradores, em sua ampla maioria,
avalizaram a continuidade dos estudos. Em entrevista ao Blog do Berimbau
e Rádio Nova Era, a Promotora Dra. Rosana, disse que o Ministério
Público vai acompanhar e acredita que quando os fatos forem melhores
esclarecidos, a comunidade poderá perceber que o empreendimento
prejudica o meio ambiente e impacta na qualidade de vida das pessoas.
O
Prefeito Furlan, de Jardim Alegre, que antes da audiência, já havia
concedido uma entrevista, dizendo que viu muito mais vantagens do que
desvantagens, afirmou que respeita a decisão da comunidade e espera que a
PCH possa trazer desenvolvimento, geração de emprego e renda, que são
prioridades do seu governo. GRANDES RIOS - Em Grandes Rios, também foi
realizada a mesma audiência, no dia 17 de julho, mas a comunidade pediu
um prazo de 15 dias, para que possa decidir se autoriza ou não a
continuidade dos estudos. (Fonte:- Ronaldo Alves Senes, o "Berimbau")
- mais fotos no link abaixo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pela participação.