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Escolas do Paraná com os melhores índices no Ideb têm contraturno



Aline PavaneliDo G1 PR






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O Paraná ultrapassou a meta estabelecida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2015 para os anos iniciais do ensino fundamental, na rede pública de ensino. Mesmo assim, 20% dos municípios avaliados ficaram abaixo da nota estabelecida.


De acordo com o Ministério da Educação (MEC), dos 392 municípios do Paraná que participaram da avaliação para o ensino fundamental I, 317 (80%) atingiram a meta, definida em 5,8 para o estado. A média geral alcançada foi de 6,1 pontos. O Ideb 2015 foi divulgado na quinta-feira (8).
Os anos iniciais do ensino fundamental abrangem a educação do 1º ao 5º ano e as escolas são, em maioria, municipais. Os alunos participam da avaliação no 5º ano.

Os dados revelam também as melhores e piores escolas da rede pública, assim como os municípios que alcançaram, na média, o maior índice.

G1 procurou as escolas e municípios com maiores e menores notas no Ideb 2015. Em comum, as escolas com melhores posições relataram ter contraturno, comprometimento da equipe e participação dos pais.

As piores colocadas informaram que estão levantando que fatores podem ter levado ao baixo desempenho, mas apontaram possíveis causas, como a alta rotatividade de alunos e da equipe de profissionais de educação.

As melhores escolas
A Escola Municipal Frederico Engel, de Foz do Iguaçu, no oeste do estado, e a Escola Municipal Ariovaldo Moura, em Maringá, no norte, tiveram a maior nota entre as avaliadas no ensino do 1º ao 5º ano. O índice alcançado foi de 8,5.

Na escola de Foz do Iguaçu, os professores investiram nas aulas do contraturno. De acordo com a professora Suzana Regina Felipe, a mesma linguagem de cobrança usada na sala de aula é adotada nas aulas de apoio, realizadas no período da tarde.

Para a professora, a participação de todos também foi importante. “Houve um empenho muito grande de toda a equipe da escola, de toda a comunidade da escola, principalmente dos pais que também nos apoiaram muito”, afirma Suzana.

A estudante Laura Thibes Cabral, de 9 anos, é um exemplo desse empenho. Ela contou que sua matéria preferida é português e seu objetivo é “tirar notas altas e estudar”.

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Em Maringá, dos quase 750 alunos da escola Ariovaldo Moura, grande parte estuda em período integral. No contraturno, são oferecidas 12 oficinas. As crianças podem escolher entre atividades como xadrez, dança, atletismo, taekwondo, violão, entre outras.
Também são ofertadas aulas de reforço de português e matemática, que são disciplinas avaliadas pelo Ideb. Todas as semanas os alunos fazem provas simuladas.
As piores escolas

Três escolas municipais tiveram a menor nota do índice: 3,8. Além do pior resultado, elas compartilham a redução da nota em relação ao Ideb 2013.

A Escola Municipal Pequena Águia, de Palmas, no sul paranaense, está realizando uma apuração para identificar fatores que possam ter contribuído para a redução da nota.

A unidade tem 237 alunos, divididos em turmas da pré-escola ao 5º ano e está localizada em uma área carente da cidade.

De acordo com a professora Berenice Silveira, coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, a escola mantém a mesma diretora e a mesma equipe de 2013, quando atingiu a nota 4,6.

A secretaria já identificou que a escola teve o maior número de transferências se comparada às outras unidades. “A alta rotatividade dos alunos foi um dos fatores identificados. em uma primeira análise”, afirma Silveira.

A professora destaca que algumas escolas da cidades tiveram aumento do índice. Palmas tem outras sete escolas municipais, mas nenhuma ultrapassou a meta do estado, de 5,8. Cinco tiveram avanços em relação ao Ideb 2013 e apenas duas atingiram as metas específicas para a escola, estabelecidas pelo MEC.

A Escola Municipal Água Verde, de Pinhão, na região central do estado, havia alcançado 4,6 pontos na avaliação anterior. O G1 não conseguiu contato com a unidade na sexta-feira (9), quando a reportagem foi concluída.
Escola e município com a pior avaliação

Nossa Senhora das Graças, no norte do estado, possui apenas uma escola municipal, a Francisca Sabino Ruiz, que atende 260 estudantes do 1º ao 5º ano. Com nota 3,8, empatada com as escolas de Pinhão e Palmas, a cidade obteve com o pior índice do Paraná.

Para o diretor, Adevanir Zanela, mudanças constantes da direção e da equipe pedagógica podem ter contribuído para o resultado.

Ele assumiu a direção no início de 2016 e disse que há alterações de gestão todos os anos. Zanela acredita que a permanência de uma equipe por mais tempo, poderia contribuir para a melhoria da qualidade do ensino. “É uma sequência, precisamos dar continuidade ao trabalho”, conclui.

A secretária municipal de educação, Maria Lucia Acioli Marques, disse que foi informada sobre a nota do Ideb apenas na tarde de sexta-feira e que vai conversar com o diretor e com pedagogos para entender o motivo da queda do índice. Na avaliação de 2013, a escola teve nota 4,4.

A meta da escola para 2015 era 5,2, e a secretaria sabia da dificuldade para alcançar a nota, mas não esperava uma redução. “Diante do que a gente vem trabalhando e tentando fazer pela educação, achávamos que a nota teria melhorado”, afirmou Marques.

Em relação à mudança constante da direção e da equipe, relatada pelo atual diretor, a secretária reconheceu que a alteração de gestão pode ser um dos fatores para o desempenho da unidade.

Para Marques, a educação envolve uma sequência de trabalho dos professores, que precisam estar comprometidos do 1º ao 5º ano. “É um processo que vem desde a educação infantil, que envolve todo o processo educacional”, argumenta.

“Todos os professores, cada um teve a sua parcela. E nós vamos ter que descobrir qual a parcela falhou mais”, finaliza a secretária.
Municípios com os melhores índices
Os municípios com maiores notas foram Atalaia, no noroeste, e Serranópolis do Iguaçu, no oeste do estado, com nota 8,1. As duas cidades têm em comum uma única escola municipal atendendo o ensino fundamental I.

A Escola Municipal Serranópolis do Iguaçu atende 330 alunos e já coleciona a 1º colocação no Ideb em anos anteriores: 2009 e 2013, de acordo com o diretor Leandro Luiz Hippler. Ele explica que, em 2011, a escola não foi avaliada.

Para a direção, as boas avaliações são resultado de uma longa caminhada, com alunos aprendendo a ler desde o 1º ano. A escola também possui contraturno duas vezes por semana.

Segundo Hippler, há um comprometimento de todos os envolvidos, desde o início da alfabetização. “Uma árvore, depois que está torta é difícil de endireitar, então é preciso fazer um trabalho desde a base, desde o primeiro tijolinho”, diz o diretor.

Ele conta que os pais também têm papel importante no processo de aprendizagem e todos participam quando solicitados.
Serranópolis do Iguaçu já coleciona melhores notas no Ideb desde 2009 (Foto: Leandro Luiz Hippler/Arquivo Pessoal)Serranópolis do Iguaçu já coleciona melhores notas no Ideb desde 2009 (Foto: Leandro Luiz Hippler/Arquivo Pessoal)
A Escola Municipal Vania Maria Simão, de Atalaia, tem pouco mais de 200 alunos. Todos recebem kits com material escolar e conjunto de uniformes, que inclui tênis.
A escola conhece as famílias de todos os alunos e faz encontros com frequência para discutir a situação de cada um deles. A professora Elisabete Bonessi conta que, com o acompanhamento contínuo, não há reprovação nem evasão escolar. “Falta o aluno a gente corre atrás, já liga, já manda alguém pra ver o que aconteceu”, afirma a professora.

A diretora da escola, Vera Lúcia Rodrigues, explica que a equipe é comprometida, com professores responsáveis e dedicados. Sobre o contraturno, ela explica que ele "atende as crianças na sua necessidade, de acordo com a dificuldade que apresenta”.

O contraturno é ofertado no Centro de Educação, que atende 90% dos alunos dos municípios.
Cauã Macedo de Jesus, de 11 anos, tinha ficado com dúvidas em uma aula de matemática e está tendo reforço no Centro de Educação. Ele contou que a aula ajudou bastante. “Essa professora ensina muita coisa e quando vai pra lá [nas aulas regulares] você tira nota 10”, disse o aluno.
Origem do Ideb
O Ideb foi criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e é divulgado a cada dois anos. O Ideb divulgado nesta quinta-feira diz respeito ao desempenho das escolas, redes, municípios, estados e Brasil em 2015. O desempenho é comparado com as metas calculadas a partir da primeira edição, em 2005, e projetadas para todas as edições futuras, até o ano de 2021.
Há um indicador calculado para cada nível do ciclo básico: o ensino fundamental I (avaliando os estudantes do 5º ano), o ensino fundamental II (avaliando os estudantes do 9º ano), e o ensino médio (avaliando os estudantes do 3º ano).
Quer saber mais notícias do estado? Acesse o G1 Paraná.

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