Fonte: G1
Duas unidades, que pertencem a Central de Carnes Paranaense Ltda, e ficam na Região Metropolitana de Curitiba; diretor comercial diz que não vende mais.
Dois frigoríficos da Região Metropolitana de Curitiba que foram alvos
da Operação Carne Fraca suspenderam as atividades nesta quarta-feira
(22) e demitiram 280 funcionários. As empresas pertencem ao grupo
Central de Carnes Paranaense Ltda.
Carlos Eduardo Valter, que trabalhava na área de manutenção de um dos
frigoríficos, se emocionou ao pensar nas consequências. “Você já pensou
como é que fica? Todo mundo tem família, todo mundo... Não sei como vai
ser”. Foram 25 anos na empresa.
“Trabalho aqui há 24 anos, é uma vida inteira. E a única coisa que eu
tenho para falar é que eu sinto muito pelos funcionários que estão aqui
trabalhando, que dependem (...). Eu ainda tenho suporte, mas e os pais
de família. Eu sinto muito por isso que está acontecendo. Espero que
tudo se resolva”, comentou Dirce Barbosa Alves dos Santos, que
trabalhava na área administrativa.
A Operação Carne Fraca foi deflagrada na sexta-feira (17) e é
considerada a maior ação, quando se fala em números, da Polícia Federal
(PF). Nela é investigado um esquema de fraude na produção, fiscalização e
comercialização de carnes, envolvendo pagamento de propina a fiscais do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) . A
investigação encontrou indícios de adulteração de produtos e venda de
carne vencida e estragada.
Das 21 fábricas investigadas, 18 ficam no Paraná – veja o que é investigado em cada um dos frigoríficos.
O frigorífico Souza Ramos é investigado na Carne Fraca porque, segundo a
Polícia Federal, entregou salsichas fora do padrão para escolas do
Paraná. Eles substituiram peru por frango, de acordo com a investigação.
O frigorífico, ainda conforme a polícia, forneceu, em 2014, 14
toneladas.
A Secretaria Estadual de Educação informou que cancelou os contratos com o Souza Ramos e que abriu uma investigação interna.
O diretor comercial Edinandes Alexandre Santos disse que, em 2014, o
frigorifico pertencia a outros donos. Ainda conforme Santos, os atuais
proprietários compraram o estabelecimento em novembro de 2015.
“Nós sabíamos deste processo que estava rodando. Inclusive, a gente fez
a leitura dos laudos aprovando o material. Mais adentro mesmo do
assunto eu não consigo entrar porque eu não posso te dar certeza”,
acrescentou Santos.
O frigorífico Master Carne é investigado por corrupção e por injeção de
produtos cárneos. A Polícia Federal afirma que a empresa colocava água
no frango. A empresa afirma, por outro lado, que apenas comercializa os
frangos. Ainda segundo o Master Carne, a empresa já estava enfrentando
problemas econômicos, mas, após a deflagração da operação, as vendas
acabaram. Nada mais foi vendido, e pedidos foram cancelados.
“A empresa não suporta mais por falta de verba. Desde sexta-feira a
gente não efetua mais venda, não consegue mais vender os produtos. Muito
cliente assustado com a repercussão deixou de receber os produtos já
fechados. As vendas já programadas que esses tinham, eles pediram para a
gente não entregar. Ou seja, a gente perdeu duas vezes porque a gente
perdeu duas vezes porque não vendeu e produziu o produto”, disse
Edinandes Alexandre Santos.
Prejuizos
O Secretário de Agricultura do Paraná, Norbeto Ortigara, falou sobre os prejuízos que recaem sobre o setor. “A suspensão temporária de exportações por importantes mercados pode
provocar um represamento de produção e afetar toda a cadeia. Certamente,
se isso perdurar, nós teremos pintainhos não entregues, fábricas de
ração parando, unidades industriais com estoques cheios de carne”, disse
Ortigara.
O secretário avalia que é necessário debelar esta crise, mostrar ao
mundo a confiança na higidez no sistema de inspeção brasileiro. Ele
afirmou também que o estado se empenha para dar força às ações do
governo federal, Ministério da Agricultura e Itamaraty para que se dê
transparência e se prove que o país não tem problema sanitário.
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