Dois policiais presos são os mesmos que atenderam a ocorrência do soldado baleado. |
A Polícia Militar do Paraná confirmou, através de nota emitida pelo
comandante-geral da corporação, a prisão de dois policiais militares que
estariam envolvidos na morte do soldado Newton Bittencourt,
de 29 anos.
Segundo a PM, a prisão foi cumprida na quinta-feira (28), a
partir de um mandado de prisão expedido a pedido pelo Centro de
Operações Policiais Especiais (Cope).
De acordo com a corporação, os dois policiais presos são os mesmos
que atenderam a ocorrência do soldado baleado, na madrugada do dia 23,
depois de um assalto, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. A
Corregedoria da PM teria apurado que algumas informações passadas pelos
PMs não eram verdadeiras.
A partir da suspeita levantada pela Corregedoria, o delegado do Cope
pediu a prisão dos dois policiais, que foi expedida para fins de
averiguação e confirmação das informações passadas. Informações como
nome dos PMs e qual poderia ser o envolvimento deles na situação que
acabou na morte do soldado Bittencourt, não foram divulgadas pela
assessoria de imprensa.
Peugeot foi encontrado horas depois, abandonado. Foto: Colaboração. |
Estiveram envolvidos, tanto nas investigações, como no cumprimento
dos mandados de prisão, policiais do Serviço de Inteligência, da
Corregedoria da Polícia Militar (Coger) e do Batalhão de Operações
Policiais Especiais (Bope). Os policiais militares continuam presos e se
encontram à disposição do Cope, que deve dar sequência às
investigações.
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Assalto
O crime aconteceu durante a madrugada e Newton Cesar Bittencourt Júnior, conhecido como soldado Bittencourt, foi baleado durante um assalto
na Rua Leonardo Druz, no Jardim Osasco, em Colombo. Os bandidos
chegaram a levar o carro dele, um Peugeot 307, que foi abandonado e
encontrado pela polícia na Rua Coimbra, a cerca de cinco quilômetros do
local do assalto.
Mesmo ferido, o policial conseguiu socorro e foi encaminhado ao Posto
de Saúde Osasco, em Colombo, e depois ao Hospital Evangélico, em
Curitiba, onde não resistiu. Bittencourt trabalhava na Companhia Giro da
Polícia Militar, que faz o patrulhamento de moto.
As investigações sobre o latrocínio (roubo seguido de morte)
começaram nas primeiras horas após o crime, enquanto o soldado ainda
estava vivo, e logo de início levaram os policiais civis da Delegacia de
Colombo a um foragido da Justiça desde 2013. Segundo o delegado Mario
Sérgio Bradock, Daniel Rypchinski, de 33 anos, tinha mandado por tráfico
de drogas e pode ter envolvimento no crime que vitimou Bittencourt, mas
a polícia ainda não confirma a informação.
Ataques a PMs
Este é o quarto policial morto, em janeiro, em Curitiba e região
metropolitana. O número aumentou neste final de semana, quando outro
policial militar, Cristiano Luiz Botino, de 34 anos, foi morto na zona
norte de Londrina, no Norte do Paraná, onde aconteceu uma chacina em que mais 11 pessoas foram mortas.
Além dos policiais mortos, outros dois PMs ficaram feridos e
sobreviveram aos ataques. Um deles foi baleado em Londrina, na
segunda-feira (25), em frente a uma farmácia. No mesmo dia, um policial
militar ficou ferido ao ser baleado em Pato Bragado, na região oeste.
Conforme a PM, ele teria se aproximado de um veículo suspeito e foi
atingido por quatro tiros.
Mesmo com um número expressivo de mortes e atentados a policiais em
menos de um mês, a Secretaria da Segurança Pública e Administração
Penitenciária do Paraná (Sesp-PR) afirma que não exista relação entre os
crimes. Em entrevista à Rede Paranaense de Comunicação (RPC), o
comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Mauricio Tortato,
afirmou que uma das linhas de investigação considera a participação de
policiais nos assassinatos. “Se identificarmos que há a participação de
militares em ações não pautadas pela lei, para vingar a morte de quem
quer que seja, todos os procedimentos previstos serão adotados”, disse.
Foto: Átila Alberti. |
Apesar da afirmação, o coronel descartou, da mesma forma que a Sesp,
uma ação orquestrada por organização criminosa para assassinar
policiais. “Não temos, pela área de Inteligência da polícia, nenhum
indicativo de determinação de mortes por facção criminosa ou de ação
concentrada e planejada. Os fatos iniciais mostram algumas coincidências
ocorridas em todo o estado com ênfase em Curitiba e região e também em
Londrina", explicou comandante-geral.
Sobre os ataques, o coronel disse acreditar que existam criminosos
estão se aproveitando do momento, para desviar as atenções. “Acredito
que criminosos estão surfando nesta onda (de que os assassinatos são
ordens de facções) para fazer algum ajuste de contas, para assim imputar
a responsabilidade na conta da Polícia Militar do Paraná". Fonte: Paraná Online.
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