Borghetti foi preso na casa em que morava (Foto: Reprodução)
“Uma pessoa, que por coincidência é parente da vice-governadora, e
que dizia ter influências e, com isso, facilitaria esses pagamentos que a
construtora sabia que era indevido, porque a etapa da obra não estava
em andamento. Até o momento, o que temos é que ele ia mensalmente pegar o
dinheiro nessas empresas, no valor de R$ 15 mil”, explicou à Banda B Leonir Batistti, coordenador do Gaeco.
Além de Borguetti, nesta etapa da Operação Quadro Negro, que
investiga o desvio de dinheiro na Secretaria de Educação por meio de um
contrato com a empresa Valor, dois empresários foram presos.
O advogado Cláudio Dalledone, que defende a família de Borghetti,
chegou ao Gaeco e afirmou que foi pego de surpresa com a notícia da
prisão. “Estou chegando agora. A única coisa que sei é que um
desdobramento da Operação Quadro Negro. Também não sei qual a acusação,
porque acabei de ser chamado pelos familiares dele”, disse.
A assessoria de imprensa da vice-governadora foi procurada e disse que não falará sobre o caso.
Borghetti também é cunhado do deputado federal Ricardo Barros (PP) e tio da deputada estadual Maria Victória (PP).
O MP-PR divulgou a seguinte nota sobre a prisão:
Nesta manhã (15), em Curitiba, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado) cumpre três mandados de prisão e dois
mandados de busca e apreensão em residências. A ação complementa a
Operação Quadro Negro, deflagrada em agosto deste ano pela Polícia
Civil, em investigação realizada pelo Nurce (Núcleo de Repressão a
Crimes Econômicos), que apura crimes de corrupção e desvio de recursos
da Secretaria de Educação do Paraná em obras de construção civil de
escolas.
Foram expedidos pelo Juízo da 9ª Vara Criminal um mandado de
prisão temporária e dois mandados de prisão preventiva contra
empresários. Foi determinada ainda a apreensão de um veículo.
Reincidente
Borghetti, que durante o primeiro mandato do governador Beto Richa
foi superintendente da PR Projetos, a antiga EcoParaná. Ele já foi preso
no fim de 2013 após ser um dos torcedores flagrados na briga entre as
torcidas do Atlético Paranaense e Vasco da Gama na Arena Joinville.
Operação Quadro Negro
A Operação Quadro Negro apura supostos desvios de recursos públicos
por meio de contratos com empresas para obras em escolas da rede
pública. A organização criminosa é suspeita de desviar quase R$ 20
milhões.
A investigação começou após uma auditoria iniciada pela Secretaria de
Estado da Educação que detectou a fraude. O esquema consistia na
emissão de falsos atestados de medições feitas nas obras das escolas
públicas. No documento as obras estavam praticamente prontas, mas na
prática elas mal tinham começado. Com estes falsos atestados de
medições, foram feitos pagamentos indevidos a empresa Valor por serviços
que não foram realizados.
Toda a operação foi feita em parceria com a Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público do Paraná.
Fonte: Banda B
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